PROJEÇÕES
CARTOGRÁFICAS
A
representação mais precisa da superfície da Terra é
o globo. A representação por meio de mapas, sempre acarretará distorções. Não
existem projeções melhores ou piores. Cada uma se adapta a determinadas
finalidades. Mas nenhuma resolve o problema da representação da curvatura da
Terra numa superfície plana.
Para
ser feita, a representação emprega um sistema de projeções cartográficas
baseadas em relações matemáticas e
geométricas. Apesar dos problemas que todas apresentam, sem essas projeções
seria impossível a reprodução plana do globo terrestre.
Os tipos de propriedades geométricas
que caracterizam as projeções cartográficas, em suas relações entre a esfera
(Terra) e um plano, que é o mapa, são:
a) Conformes – os ângulos são
mantidos idênticos (na esfera e no plano) e as áreas são deformadas.
b) Equivalentes – quando as áreas
apresentam-se idênticas e os ângulos deformados.
c) Afiláticas – quando as áreas e os ângulos apresentam-se deformados.
As três projeções mais usadas são
a cilíndrica, a cônica e a
azimutal.
Projeção
cilíndrica
Esta
representação é obtida com a projeção da superfície terrestre, com os paralelos
e os meridianos, sobre um cilindro em que o mapa
será desenhado. Ao ser desenrolado, apresentará sobre uma superfície plana
todas as informações que para ele foram transferidas.
Nem
todas as projeções cilíndricas são iguais. A projeção cilíndrica conforme
conserva a forma dos continentes, direções e ângulos,
mas altera a proporção das superfícies, como é o caso da primeira projeção
elaborada por Mercator.
·
Gerard
Mercator (1512-1594) desenvolveu seu trabalho, durante as grandes navegações do
século 14. Do continente europeu partiram navios para a África, América e Ásia.
A projeção é a mais apropriada à navegação marítima e mostra uma visão
eurocêntrica do mundo.
Com
o objetivo de aperfeiçoar as características da projeção de Mercator nas
superfícies das regiões de alta latitude, Arthur H. Robinson criou a sua
projeção, em 1963.
Com
Robinson, os meridianos são colocados em linhas curvas, em forma de elipses que
se aproximam quanto mais se afastam da linha do Equador. É a projeção mais
usada nos atlas atuais.
·
A
projeção equivalente preserva o tamanho real da superfície representada, mas
não mantém as formas, direções e ângulos, como é o caso da projeção de Peters.
·
O
mapa-múndi de Peters valoriza os países subdesenvolvidos, colocando-os em
destaque ao representá-los com os seus tamanhos proporcionais. Ele projeta em
linguagem cartográfica a ideia de igualdade entre as nações.
O
cartógrafo alemão Arno Peters (1916-2002) considerava que os mapas eram uma das
manifestações simbólicas da submissão dos países do Terceiro Mundo. Peters
combateu a imagem de superioridade dos países do Norte representada nos
planisférios derivados da projeção de Mercator. Seu pressuposto de que todos os
países deveriam ser retratados no mapa-múndi de forma fiel a sua área, dá
destaque os países subdesenvolvidos.
·
Para
reforçar ainda mais os princípios norteadores da projeção de Peters, alguns
cartógrafos inverteram a posição convencional dos mapas.
Projeção cônica
Um
cone imaginário em contato com a esfera é a base para a elaboração do mapa. Os
meridianos formam uma rede de linhas retas convergentes nos pólos e os
paralelos formam círculos concêntricos.
Essa projeção é utilizada para
representar partes da superfície terrestre, como o trecho de um continente.
·
Na
projeção cônica, as distorções próximas ao paralelo de contato com o cone são
pequenas e aumentam à medida que as superfícies representadas se distanciam
desse paralelo.
Projeção plana ou azimutal
O
mapa numa projeção azimutal é construído sobre um plano tangente a um ponto
qualquer da esfera terrestre. Este ponto ocupa sempre o centro do mapa.
A projeção azimutal é usada, em
geral, para representar as regiões polares e suas proximidades e para localizar
um país na posição central, tornando possível o cálculo de sua distância em
relação a qualquer ponto da superfície terrestre. O emblema da ONU é uma
projeção azimutal.
·
As
deformações são pequenas nas proximidades do ponto de tangência, mas aumentam
com o distanciamento deste ponto.
Cláudio
Mendonça é professor do Colégio Stockler e autor, para o ensino médio, de
"Geografia geral e do Brasil" e "Território e sociedade no mundo
globalizado".
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